Conforme já comentado anteriormente, vivemos na era da Revolução Digital e, deste modo, convivemos diariamente com as modificações que ela nos implica. A transição da carta para o e-mail, do vinil para o CD e mais uma evolução para o DVD, do telefone fixo para o móvel (celular), dos livros para os e-books, livros digitais, do jornal impresso para o digital. Estas são questões muito discutidas e comentadas atualmente, a supremacia de um material sobre o outro e a consequente eliminação do mais antigo, ou menos eficiente. São mudanças que afetam a vida social e profissional da sociedade, suas culturas, seus costumes e cotidiano.
A explosão dos jornais digitais ocorreu entre 1995 e 1996 e, claro, teve grande ajuda com a expansão da Internet.
O princípio do hipertexto, que permite ao internauta construir seu próprio caminho, está presente na WWW (...). A sua invenção, por sua vez, foi fundamental para o surgimento dos navegadores (browsers). (...) Com os navegadores da WWW, que renovaram a interface gráfica da internet e facilitaram o seu acesso ao usuário, foi possível disponibilizar na rede produtos online, inclusive os jornais digitais. (QUADROS, 2002, p. 2)
Os primeiros jornais que aderiram ao novo modo de comunicação da informação apenas reproduziam o jornal impresso em forma eletrônica. Segundo Alves (2006, p. 94) as empresas tradicionais não viram a web como um novo meio, mas sim “[...] encararam como uma nova ferramenta para distribuir conteúdos, originalmente produzidos em outros formatos.” Ou seja, não houve nenhuma adaptação ou grande modificação. Porém, com o passar do tempo tornou-se inevitável a criação de uma arquitetura e linguagem específica para o webjornalismo.
Conforme Mielniczuk (200-), a primeira década do jornalismo digital pode ser dividida em 3 fases: no primeiro momento “[...] os produtos oferecidos, em sua maioria, eram reproduções de partes dos grandes jornais impressos, que passavam a ocupar um espaço na Internet.”. Já em uma segunda fase, “[...] mesmo ‘atrelado’ ao modelo do jornal impresso, os produtos começam a apresentar experiências na tentativa de explorar as caraterísticas [sic] oferecidas pela rede.”. O surgimento de sites jornalísticos que começaram a explorar as características e oportunidades que a Internet proporciona, modificando a visão de simplesmente copiar a forma impressa, implica na terceira fase. A qual “[...] também corresponde a um estágio mais avançado de toda uma estrutura técnica relativa às redes telemáticas e aos microcomputadores pessoais [...]”.
Assim, o webjornalisno abriu muitas portas para novos jornalistas, que puderam se tornar mais independentes e ficar mais próximos de seus leitores. Jornalistas que passam a ter conhecimento somente sobre informação transmitida pela internet, que possui características distintas da forma impressa. A utilização dos blogs pessoais é um grande exemplo de uma tecnologia web cada vez mais presente na vida de produtores e leitores.
A notícia sofre inúmeras modificações, que influenciam, como consequência, o trabalho dos profissionais da comunicação, como também dos da informação. Arquivistas passam a trabalhar com diferentes materiais e bibliotecários, com informações em distintos suportes, peridiocidades e modos de transmissão. Deste modo, todos, como leitores, modificamos nossa forma de ler as notícias do dia, de uma forma muito mais rápida e eficiente, já que está inserida em uma plataforma com atualização constante. Porém, assim como muitos, acredito que este ainda não seja o fim do jornal impresso. Afinal, sentar na varanda, no domingo de manhã, para tomar um bom café e ler o jornal, tem seu prazer.
Referências
MIELNICZUK, L. Características e implicações do jornalismo na Web. [S.l.: s.n.], [200-].
ALVES, R. C. Jornalismo digital: Dez anos de web... e a revolução continua. Comunicação e Sociedade, [S.l.], v. 9-10, p. 93-102, 2006.
QUADROS, C. I. de. Uma breve visão histórica do jornalismo on-line. In: XXV Congresso Anual em Ciências da Comunicação, set. 2002, Salvador. Anais... Salvador: [s.n.], 2002, p. 1-17.
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