terça-feira, 15 de novembro de 2011

Webmuseus

            Com o advento da internet e a consequente grande utilização da mesma, a forma de comunicação e interação entre pessoas e instituições foram se modificando. O surgimento dos blogs, das redes sociais, dos jornais digitais, dos e-books, entre tantos outros, são bons exemplos de como a rede web passou a fazer parte da vida de todos, tornando-se cada vez mais presente. Assim, encontramos também os Webmuseus, ou museu virtual, dedicados aos mais variados temas, permitindo ao usuário que faça um tour pelo museu e conheça seu acervo, muitas vezes com uma precisão melhor do que se o fizesse ao vivo. Deste modo, surge a possibilidade de visitar museus em diferentes continentes em um mesmo dia. E, claro, como para todas as outras tecnologias e modificações, faz-se o questionamento do futuro de tal instituição, se o digital poderá substituir o museu como conhecemos hoje.

            A forma física e virtual começam a conviver e a trabalhar cada vez mais suas vantagens, para que cada usuário possa usufruir do modelo que mais lhe agrada. Segundo Carvalho, esta relação é característica da sociedade em que vivemos, no âmbito cultural. Mesmo que suas funções sejam as mesmas, o suporte em que são apresentados faz com que tenham características diferentes:

[...] os museus no espaço físico apresentam materialidade, ênfase na obra única, permanência, estabilidade, caráter institucional por definição, linearidade, processo de comunicação e transferência de informação unidirecional e assimétrico [...]. Os museus no ciberespaço se caracterizam pela imaterialidade, ubiqüidade, provisoriedade, instabilidade, caráter não necessariamente institucional, hipertextualidade, estímulo à interatividade e tendência à comunicação bi ou multidirecional (LOUREIRO, 2003, p. 172 apud CARVALHO, 2008, p. 84)

            A grande vantagem apresentada pelos defensores do museu virtual é a forma como a internet expandiu, disseminou a informação, as coleções disponíveis. Permitiu que usuários tivessem livre acesso, estando em diferentes locais e usufruíssem dos serviços prestados. Consideram um grande avanço, porém, assim como os jornais e livros, para um bom apreciador, a visita a um museu nunca será substituída pelo olhar através da tela do computador. Conforme Rinchart apud Oliveira (2007, p. 153), a grande vantagem do museu digital é “a capacidade de alcançar públicos remotos, poder apresentar diferentes interpretações de exibições e coleções lado a lado e a natureza interativa do meio.”
           
            Entre tantos Webmuseus que foram aparecendo com o passar do tempo, faço uma breve análise a três deles:


O Web Gallery of Art é um museu virtual de pinturas e esculturas européias do século 11 a metade do século 19. É possível visualizar as obras pesquisando pelo seu nome ou pelo dos artistas, especificando ainda o período, a escola e a profissão dos mesmos. Também são apresentados tours sobre os períodos, porém, na forma escrita, deixando a desejar na forma visual, grande função de um museu. Torna-se, deste modo, um pouco confusa a recuperação da informação desejada.



Museu de Arte de São Paulo, considerado atualmente o museu de arte mais importante do hemisfério sul, possui um acervo rico e abrangente. A recuperação é feita pela pesquisa do nome do autor da obra, do nome da obra, da categoria ou tipo da mesma. Ao localizar a obra desejada, apresenta informações sobre esta e a possibilidade de visualizá-la em tamanho maior. Proporciona a visualização de algumas obras da exposição realizada, com a possibilidade de aproximar a imagem e perceber todos os detalhes existentes.


O Museu de Arte do Rio Grande do Sul é muito prestigiado no estado, em virtude de seus 50 anos de existência e extenso acervo. Oferece categorias para conhecimento da instituição, do acervo, seus projetos, um tour virtual, entre outros. O tour é feito por meio de imagens do prédio, enquanto a pesquisa ao acervo pode ser realizada individualizada por categorias das técnicas (pintura, cerâmica, desenho, gravura,...) ou por uma lista completa com os nomes dos autores em ordem alfabética.

            A criação dos Webmuseus é mais uma ferramenta proporcionada pela internet, que permite a participação e o conhecimento de uma série de usuários que antes não teriam esta possibilidade. Porém, como sobre os outros assuntos já tratados, ainda acredito que o virtual não substituirá o físico, o “ao vivo”, o contato, com esta instituição que já perdura por tantos anos.



Referências

CARVALHO, R. M. R. de. Comunicação e informação de museus na Internet e o visitante virtual. Museologia e Patrimônio, [Rio de Janeiro], v. 1, n. 1, p. 83-93, jul./dez. 2008. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=186807>. Acesso em: 14 nov. 2011.


OLIVEIRA, J. C.O museu digital: um metáfora do concreto ao digital. Comunicação e Sociedade, [S.l.], v. 12, p. 147-161, 2007. Disponível: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=186808>. Acesso em: 14 nov. 2011.

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